segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A PIZZA DA F-1

Quando eu era adolescente, nada inflamava mais os meus hormônios – no sentido negativo, diga-se de passagem – do que ler a arrogante expressão “c.q.d.” ao final das explicações dos teoremas no livro de álgebra, que eu não conseguia entender de jeito nenhum.
O “como queríamos demonstrar” era o irreversível atestado de que, para mim, não havia salvação.
Para mexer com números e com a lógica imposta por eles, eu era a mais completa nulidade.

Entretanto, a vida continua, o mundo gira, a Lusitana roda, outros sentidos afloram, e a gente acaba aprendendo por outros caminhos.
Justamente por minha pedra não ser a ametista nem minha cor o amarelo, é que sem a arrogância do “como queríamos demonstrar” lembro a quem lê a coluna regularmente: você não deve estar surpreso(a), de forma alguma, com o resultado do campeonato mundial de Fórmula 1 de 2007.
Kimi Raikkonen, o homúnculo de gelo, levou a corrida e a taça com a cara de sempre, de quem chegou em décimo lugar na prova com os quatro pneus furados.

Por Cláudio Lessa

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